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Professora da Unespar coorienta primeiro trabalho de doutorado bilíngue em Libras-Português

Pesquisa

por publicado: 07/03/2023 16h36 última modificação: 07/03/2023 16h36

O professor Danilo da Silva Knapik defendeu o primeiro trabalho de conclusão de doutorado em Educação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em versão bilíngue completa, já que a tese foi defendida e escrita em língua portuguesa e na Língua Brasileira de Sinais (Libras). A pesquisa trata os aspectos históricos, culturais e de gestão educacional dos primeiros estudantes surdos que frequentaram o Instituto Nacional de Educação dos Surdos (Ines). O professor contou com a orientação da diretora do campus de Curitiba II/FAP, Noemi Nascimento Ansay, da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), e da professora Laura Ceretta Moreira, da UFPR.

Noemi trabalha com pessoas surdas há mais de 30 anos e é proficiente em Libras. “Ao longo deste tempo atuei como musicoterapeuta, psicopedagoga e pesquisadora. A partir de 2012, comecei a coorientar estudantes surdos/as, mestrandos/as e doutorandos/as, em cooperação com a UFPR”, acrescenta a orientadora.

Na tese intitulada “Contexto Socioeducacional do Instituto Nacional de Educação de Surdos (1856-1868): O Protagonismo de Estudantes Surdos”, Knapik realiza uma abordagem qualitativa dos documentos encontrados sobre o Ines e os primeiros estudantes surdos que frequentaram a instituição. Através da análise do material, o pesquisador conseguiu compreender a situação a qual os alunos estavam submetidos naquele período e quais eram os principais problemas enfrentados pelo instituto. O trabalho foi defendido em setembro de 2022.

“Além do trabalho com o texto da tese, realizamos reuniões com orientações presenciais, junto com a professora da UFPR, Laura Ceretta Moreira, e intérpretes de Libras”, explica Noemi. A orientadora também destaca que a tese foi inédita, devido ao seu caráter bilíngue: Libras e Língua Portuguesa.

O Ines é a primeira escola de surdos no Brasil. Fundada em 1856 pelo professor surdo Edouard Huet, a instituição era frequentada por estudantes de diferentes regiões do país. No Instituto, os alunos aprendiam através do método de ensino com base na língua de sinais que Huet trouxe da França. Knapik destaca que a área da história de surdos carece de mais pesquisas acadêmicas publicadas no Brasil. 

Para mais informações, acesse: https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/professor-surdo-da-ufpr-defende-tese-de-doutorado-em-formato-bilingue/