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Projeto de extensão da Unespar Campus Apucarana promove ações socioeducativas de combate ao racismo institucional em 2025

Geral, Extensão

Iniciativas articularam estudos literários, debates sobre pessoas negras com deficiência e manifestações culturais afro-brasileiras, em parceria com universidades e movimentos sociais.
por Aline Katerin Pinheiro publicado: 16/12/2025 15h30 última modificação: 16/12/2025 15h30
Colaboradores: Marli Elisa Nascimento Fernandes

Projeto de Extensão da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), no campus de Apucarana, realizou, ao longo de 2025, diversas práticas socioeducativas voltadas ao combate ao racismo institucional, a partir de estudos de obras literárias, debates sobre a inclusão de pessoas negras com deficiência, além de apresentações culturais afro-brasileiras. As ações se consolidaram por meio da parceria entre a Coordenação do Núcleo de Estudos sobre Racismo e Antirracismo (NERA-UNESPAR), o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (NEAB-UTFPR) e o Coletivo do Movimento Negro Apucaranense (MACONE), no âmbito de dois projetos de extensão que têm como objetivo o enfrentamento do racismo institucional.

A aproximação com o público-alvo, composto por estudantes e docentes das duas universidades e, principalmente, pela comunidade externa de Apucarana e região, possibilitou a organização das pautas em diálogo com especialistas das áreas de psicologia, psicopedagogia, jornalismo e letras. Entre os temas abordados estiveram autoestima, autoconhecimento e beleza negra, além de discussões no campo da literatura brasileira, como a obra Raça pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo, de Pietra Diwan, e o debate sobre racismo e desigualdade a partir do livro Ponciá Vicêncio, da autora Conceição Evaristo.

Uniram esforços para a organização das atividades as professoras doutoras Marli Elisa Nascimento Fernandes e Tatiane Henrique Sousa Machado, coordenadoras do NERA; os professores Felipe Gomes Nascimento e Marina Rossi Ferreira, do curso de Turismo; Marcelo Ferreira da Silva e José Francisco dos Santos, do NEAB-UTFPR; além de Paulo Pesce e Isabel Cristina O. Azevedo, representantes do Coletivo MACONE. Essa articulação resultou, entre outras ações, na realização do evento alusivo ao Dia da Consciência Negra, que teve como temática a invisibilidade da mulher e do homem negro com deficiência. A palestra foi ministrada pela professora doutora Andrea Rosa, da UNIP – Jundiaí (SP), que chamou a atenção para as desigualdades vivenciadas por essa população no acesso às políticas públicas e no convívio social, em decorrência da cor da pele e da deficiência.

Com o objetivo de desmistificar a cultura afro-brasileira no ambiente universitário, também foi realizado um desfile de moda afro, com a participação de estudantes e docentes de diferentes cursos. A atividade constituiu-se como forma de expressão da arte afro, de seus significados ancestrais e da consciência de que o desfile não representa uma “veste de fantasia”, mas sim uma demonstração de representatividade e pertencimento, expressa nas cores e nos elementos das roupas utilizadas. A iniciativa reforçou a importância do respeito, do amor e da dignidade nos diversos espaços da universidade e da sociedade.

Dessa forma, o projeto de extensão Grupo de Estudo Multidisciplinar para uma Educação Antirracista evidenciou a potência dessa pauta, resultando em um evento significativo, marcado por apresentações dos capoeiristas do Grupo Muzenza, pela atuação da trancista Hagatta Braids, que realizou tranças nagô durante a programação, por apresentações musicais e pela degustação de comidas típicas africanas. A coordenação do projeto agradeceu o apoio recebido do deputado estadual Tadeu Veneri, da Direção do campus da Unespar, da UTFPR e dos colegiados dos cursos de Serviço Social, Turismo, Economia, Ciências Contábeis, Letras Português, Pedagogia e Moda, considerados essenciais para a concretização dos objetivos propostos, conforme destacou a professora doutora Marli Fernandes, coordenadora do NERA-CEDH.